segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A diferança entre cover e versão

Claro que todo mundo sabe a diferença entre o charme e o funk (um anda bonito, o outro elegante), quem assiste Hermes e Renato sabe que Quarto e Vaga são duas coisas completamente distintas e eu e o Thalles aprendemos que Silk é diferente de Transfer. Ontem o Bruno Gouvea do Biquini Cavadão me ensinou a diferença entre cover e versão.
Tudo começou com o Verde me chamando pra ir ao show do Biquini Cavadão. O pacote tava 60 mil réis. Fiquei triste por ser pobre, amaldiçoei o meu destino e não pude ir. No sábado o Cambota me falou que tavam vendendo a 20 só para o Biquini e comprei na hora. Enfim, cheguei ao show e já de quebra a banda lascou 5 covers transados do novo cd deles (José Zeraldo, Índios, Tempos Modernos, Música Urbana e Inútil) pulei igual uma puta doida. A presença e a animação do Bruno merecem total atenção. O cara tem as manhãs e é responsa. Sem contar o carinho dele com a plateia (Ta certo que ele nos jogou um balde dágua na música "Chove Chuva", mas isso faz parte do show) e sempre agradecendo o público formiguense. Teve uma hora que ele queria ser carregado pelo público, eu estava lá na frente com a Aline e nós não demos conta de segurá-lo. Foi um epic fail. Também, quem manda ficar comendo salgadinhos da Delourdes no camarim. Por falar na Aline, essa interactiana foi a escolhida pra subir no palco e cantar "No mundo da Lua". Ela mandou bem e não ficou com vergonha da "presença de palco". Depois ela ficou lá tocando meia lua, apresentou a banda, virou dançarina, etc... achei que ela não ia descer mais.
Voltemos ao início do post. Pós show, entrei no camarim. Dessa vez sem brigar com seguranças e sem tomar spray de pimenta na cara. Foi trankx.
Eu tava com uma dúvida há muito tempo: queria saber se a música Corredor X do Biquini realmente foi feita pro Corredor X do Speed Racer. Perguntei ao Brunão e ele me disse que era pro Airton Sena, mas que ele gostava de Speed Racer e tal. Depois elogiei os cds antigos deles, falei que Domingo e Insegurança eram umas das minhas canções favoritas e tal e depois elogiei o cover que ele fez do Supla.
Bruno: Cover não!
Eu: Fez sim, dá música Humanos e tal.
Bruno: Sim, ela ta no nosso novo cd, mas não é cover. Cover é quando você toca EXATAMENTE igual.
Eu: Então seria uma versão?
Bruno: Isso garoto esperto! (esse elogio é mentira)
Eu: A tah. Bem que voces poderiam ter tocado este cover...
Bruno: Versão
Eu: ...é, essa versão do Supla no show.
Bruno: Pois é, mas ninguém conhece o Papito, então optamos por músicas mais conhecidas.
Depois ele me falou que gostava de Red Hot. Nossa conversa foi interrompida pq o Guitarrista Coelho me mandou levantar da caixa de cerveja para ele pegar um drink.
Pedi brindes pra todos os integrantes e não ganhei nada.
Fim.

Anexo:
Minha camisa do RHCP ta virando um amuleto de shows pra mim. Quando chego de um show de rock e tiro ela enxarcada de suor me dá um orgulho. Fico pensando no tanto de energia minha que essa camisa já sugou. Vou começar a usá-la só em shows agora para não a gastar.

Enfim, amanhã farei o meu post de fim de ano (será gigante) e só quero dizer que essa vida boemia ta me matando. Desde o fim das aulas eu não to tendo descanço um só dia. Teve uma semana que fui a 5 formaturas/festas e agora esse povo da Praça ta com um fogo no tobas que até na noite de Natal eles estavam lá até 4 horas da manhã. Sem contar que ontem, às 1 e 30 da madrugada, a gente tava brincando de pique-esconde valendo a cidade inteira (só que de carro).

See you, Space Cowboy

sábado, 12 de dezembro de 2009

A batida de carne

Será que quem inventou as regras de etiqueta realmente acredita que o Silvio Santos não come coxa de galinha com as mãos e que a Sandy não tem coragem de catar pipoca do chão e comer? Não sei pra que tanta burocracia para tentar ser agradável para o público. Essas malditas regras são obstáculos para quem é convidado a jantar e ao mesmo tempo para quem esta recebendo visita e só servem para criar uma educação ilusória.
Uma vítima dessa necessidade de ser educado é o jovem Marquinhos, mais conhecido como Cafu (nome fictício; anagrama). Um dia, estando até altas horas da noite na casa de um amigo, sua mãe convidara-o para sentar a mesa e jantar com eles. Depois de recusar um pouquinho, ele aceitou a oferta e juntou-se a família para jantar. Se ele pudesse voltar no tempo, recusaria este convite com todas as suas forças.
A refeição estava apetitosa, exceto por um pedaço medonho de carne do qual Cafu não gostava e não estava apto a comer naquele momento. Ele olhava para o lado e via toda a família degustando-a com uma fome voraz, entretanto ele não tinha coragem de encarar e tentar engolir a carne. Pensou em dizer ser vegetariano, mas não colaria. Um vegetariano não coloca um pedaço de carne no seu prato. Queria deixar de lado, mas sabia que seria uma desfeita.
Milagrosamente uma ideia veio a sua cabeça: resolveu pegar um guardanapo e enrolar a carne nele sem que ninguém visse e depois colocou o petisco no bolso. Após concluir minuciosamente esta missão, finalizou sua refeição, agradeceu, e nem precisa citar que ele não quis comer uma segunda vez.
Altas horas da noite, o jovem Cafu decide voltar pra casa. Jovem ele já não era tanto, mas devido a sua baixa estatura física, sua idade caía para uns cinco anos a menos.
Enquanto caminhava por uma rua sombria e deserta, um carro da polícia parou ao seu lado e o abordou. O jovem, sem saber o que estava acontecendo e como não tinha nada a temer já que não portava drogas nem armas, resolveu não discutir e deixou que a polícia lhe desse uma batida rotineira.
Ele apenas esqueceu um pequeno detalhe que estava escondido no seu bolso. Quando o policial colocou a mão lá dentro e tirou um embrulho todo enrolado num guardanapo sua cara de satisfação foi tremenda e ele logo foi dizendo:
- Olha só o que temos aqui! Achamos um maconheirozinho de uma figa. Isso não são horas para ficar andando com drogas por aí. Vamos lá, me diga logo onde você conseguiu isso e o que estava fazendo com essa droga...
Porém a fala do policial foi interrompida pela sua própria cara de indignação quando abriu o pequeno embrulho e encontrou lá dentro um pedaço de carne, em contraste com a vermelhidão de vergonha da face de Marquinhos.
Sem saber o que dizer em sua defesa, Cafu optou pela verdade, por mais ridícula que ela fosse, e contou para o policial como aquela carne foi parar no seu bolso. Se o policial acreditou ou não, ninguém nunca saberá. Mas que ele ficou sem palavras para argumentar com Cafu, isso não gera dúvidas.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A mulher fogosa do Jazz

Todo mundo já teve uma desventura amorosa-afetivo-sexual em sua vida. Quem nunca bebeu e terminou a festa brincando de São Jorge que suspenda o álcool. Alguns têm coragem de contar, outros levam esse segredo para o caixão e alguns outros contam só pro Fuca e ele tira um print screen e divulga pra toda a rede social-virtual. Eu me encaixo no último caso.
Se o meu problema fosse o excesso de álcool no corpo eu teria bom álibi, porém, na época eu não bebia nem vinho (e hoje eu bebo só porque o Dr. Raimundo falou que é bom pro coração). O que aconteceu foi puro instinto idiota mesmo.
Para quem não conhece ou não teve infância, o Jazz era a creche das perversões. Dificilmente se encontrava alguém com mais de 18 anos no recinto e era o point ideal para as crianças irem beber escondidas de seus pais e tirarem fotos pro flashoeste escondendo os copos.
E em um dia de tédio, resolvi ir me divertir no Jazz. Divertir era uma palavra meio pesada. Raras vezes lá tinha um showzinho de rock ou coisa de qualidade. Era sempre DJ alguma coisa e as mesmas músicas. Mas entre ficar em casa ou ir procurar umas piriguetes no Jazz, o instinto carnal falou mais alto.
Não posso deixar de citar as pré-festas. Ás vezes elas eram mais divertidas do que a própria festa em si e é numa delas que as cortinas do espetáculo que vou narrar se abrem. Quantas vezes já chegamos na porta e tínhamos que voltar pra carregar um amigo que passou mal e não conseguiu nem entrar no estabelecimento? Mas isso é outra história, agora é a história daquela menina.
Aquela menina que ninguém quer pegar, mas todo mundo já pegou. Aquela que te come com o olho e que é quente por dentro. Tão quente que você dá um abraço nela e seu filme é queimado instantaneamente e você nunca mais consegue catar outra mulher na vida. Aquela menina que não existem adjetivos negativos para denegrir a sua beleza, exatamente pela falta desta qualidade. Exato, essa mesma que você pensou.
Pois é. Lá estava ela sozinha, clamando por um príncipe encantando e mandando os amigos dela chegarem pra mim e falarem que ela estava super afim de mim e que estava apaixonada. Recusei, recusei, recusei, pens..., recusei, cheguei a cogitar uma hip... recusei e fomos pro Jazz. Ela, tonta, aperta minha bunda no meio do caminho. Assustei. Uma esquina depois ela tenta me beijar a força, empurrei-a, e ela começou a chorar. Meu pobre coração com buraquinhos ficou com dó. Chegamos ao Jazz, estava bem vazio. Olhei pra vizinhança não tinha nenhuma mulher acessível pro meu nível e sabia que ia sair de lá sem pegar nenhuma birisquete.
Resolvi vencer o preconceito e aceitar a missão de ficar com a mulher fogosa. Sabia que seria coretado no outro dia, mas como já estava determinado nem pensei em desculpas e iria assumir que fui fraco e que peguei a menina mesmo.
Enfim, vamos ao romance. Cheguei perto dela, falei oi e não lembro de mais nada. Só lembro da minha falta de ar, mas ao mesmo tempo meus pulmões recebiam oxigênio boca a boca. Lembro das minhas costas esfolando na parede, do gosto ruim de cigarro (sim, ela fumava) e deu tentando escapar mas a criatura parecia ter oito braços e me deu uma prendida das bens boas (ruins).
Após esse beijo ultrarromântico, virei de costas e fugi, fui dar uma voltinha. Ela me seguia por onde eu ia. Às vezes eu entrava no banheiro e ficava lá horas e horas, a danada na porta. Rezei aos céus para que ela fosse embora, nada. Um amigo meu estava com outra donzela e a gente ia subir junto. Finda a festa, saímos do recinto e enquanto ele dava uns pegas de despedida na menina, fui levar a mulher fogosa até a esquina.
No último amasso, ela olha pra mim e fala:
- Nossa sabe, gostei muito de ter ficado com você, foi como um sonho pra mim sabe. Você é tão gentil, educado, bonitinho, te achei muito especial.
- Obrigado – respondi e pensei em falar “digo o mesmo de você”, mas minha ironia não chegava a tal ponto – até que foi legal.
- Sabe, eu não queria muito ir embora porque eu tô sozinha lá em casa. Vou ter que dormir sozinha lá...
Na hora eu senti a indireta, mas como precisava de uma resposta rápida para a intimação a primeira coisa que veio a minha cabeça foi:
- Você num tem medo não?
Ela pelo visto não esperava essa reação minha. Ela fez uma cara de “e agora?” e respondeu:
- Uai, medo medo eu não tenho não, já to acostumada. Mas é ruim dormir sozinha né.
- Que bom então uai, se você já ta acostumada não tem problema. Boa noite e tenha bons sonhos.

No outro dia eu fui zoado não por ter pegado ela, mas por ter recusado uma oferta pecaminosa.

sábado, 6 de junho de 2009

Pré-conceito

A praça da Matriz tem um dom incomensurável de atrair todo e qualquer tipo de loucos que existem na cidade. Lá a rotina nunca é a mesma. Tem sempre algum engraçadinho (Michael) que bebe um pouquinhoa além da conta e nada pelado na fonte, além de música ao vivo com os grandes violeiros que lá habitam (Lucão, Lincoln, Dudu Pirok,a, dentre outros).
Ontem mesmo estavamos lá de boa combatendo o frio e passa um carro e joga uma bombinha em nós. Sorte que vimos antes e saimos correndo. Mas isso foi banal.
Lopo após passou um Uno cinza que já conheciamos de cor e marca. Todo sábado o mesmo carro passava umas 12 vezes na praça, dando voltas em círculos. Nós ficavamos irritados/indignados/encucados com essa situação e só observavamos.
Sápassado fizemos até "Ola" para ele contando o número de vezes que ele passava (Ex: Ooonnnnzzeeeeee; Dooooozzzeeeee; Treeeeeezzzeeee).
Voltemos à noite de ontem. Estavamos lá falando sobre alguns professores e suas manias (de coçar o **** na carteira, por exemplo) quando de repente o nosso amigo do Uno cinza passa.
Logo mudamos de assunto e começamos a ficar furiosos, pensando que o cara era um viadão e que ficava dando voltinhas lá pra tentar conquistar a gente. Ou que ele era um espião. Ou que usava Crack. Ou que... enfim, eram Y as hipóteses, nem vale a pena citar todas, pois enquanto pensávamos o motorista já finalizava sua nona volta.
Ficamos possesos e nos dividimos, uma trupe de um lado do passeio, a outra do outro. E tentamos descobrir o segredo do engraçadinho.
Quando ele passou, eis que avistamos no banco de trás uma pobre mãe, com um pobre bebê naqueles bancos especiais, tentando fazer a criança dormir. Daí descobrimos que o pai é obrigado a ficar dando voltas de carro para fazer a criança dormir... (conclusão do [IC]Gabriel, que segundo ele, também sofria do mesmo problema)
Ficamos com os corações partidos e voltamos para a praça deprimidos... depois disso, a cada volta que o Uno realizava, viamos a cara de cansaço do motorista, seus olhos se fechando lentamente, como se ele pudesse dar tudo para estar na cama dele, mas infelizmente ele tinha que fazer seu filho dormir...
Aê nos lembramos que Sápassado fizemos um monte de Olas, o que deve ter causado um barulho estridente e que dificultara bastante a missão do pobre motorista.
Enfim, eis uma lição de vida que só se aprende na Praça.

domingo, 26 de abril de 2009

Curriculum Merdae

Todo mundo nasce, cresce, reproduz, contrai Aids e morre. Este é o ciclo da vida.
Porém existe um cara, em uma pacata cidade do interior chamado Nholila, que, se pelo menos tivesse reproduzido ainda valeria a pena, mas ele pulou uma etapa do ciclo, caindo direto na etapa do HIV.
A história acontece em uma pacata praça, em véspera de feriado. Todos amigos bebendo de bem com a vida, quando de repente, Nholila, avista uma coca gelada escondida no meio do mato para não ser consumida pelos que não estavam bebendo conhaque com coca. Mais que depressa, ele corre pra furtar Coca quando esbarra sua pata em uma garrafa de vinho quebrando-a e ficando super sem graça e sem dinheiro para pagar outra ao prejudicado.
Um festeiro, chamado Sica, ficou a pertubar o pobre Nholila, dizendo que não podia deixar nada perto dele que ele quebraria, que ele era um inútil na vida, etc, etc...
Nholila rogou uma praga tão grande, que quando Sica foi juntar os cacos de vidro, cortou sua delicada mão, sangrando ferozmente. Nholila não conteve o riso e sentiu-se vingado.
Duas horas depois, o ser azarado percebe que tem um líquido vermelho escorrendo entre seus dedos. Mais que depressa, deduz ser vinho e lambe, engolindo logo em seguida. Só quando o líquido passa pela garganta que ele sente que não era vinho e sim sangue! Daí ele se lembrou de ter tocado na mão sancrenta de Sica quando este partia...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Movimento Nirvana

Ontem eu fiz duas coisas que não fazia há muitos anos: ir à missa e assistir televisão. Ambas estimuladas por um “movimento Nirvana” que aconteceu repentinamente na pacata Cidade das Areias Brancas.
Tudo começou há exatos cinco anos, quando o Lúcio (conhecido por mim na época como Chad Bugaboo) fez uma brincadeirinha de bom gosto e colocou o nome do Kurt Cobain na lista dos homenageados da missa. Na época, a história correu os quatro cantos da cidade, como mais uma das travessuras do Chad.
Entretanto, a equipe do Fantástico ficou sabendo do causo e que outra cerimônia seria realizada para a alma do músico e mandou uma equipe vir até aqui filmar este fato. Eu, como um urubu em busca de carniça, acordei cedo, após um sábado de noite boemia, e fui prestigiar a cerimônia e rachei os bicos da mulher falando o nome do Kurt errado. Depois disso, fomos pra casa do Lúcio, onde a banda Chicabee fez um show cover e o Chad mostrou as suas raridades.
Voltei pra casa todo furulitante, dormi um bocado, acordei, estudei, joguei um pouco e recusei uma praça pra ficar de olho no fantástico. Duas horas e meia depois, nada de Nirvana e apenas Kiss. Pode até ser que a vinda da banda beijo pro Brasil e o fato de um garotinho de sete anos tocar bateria seja mais importante que uma missa formiguense, mas que deviam fazer uma homenagem pro Kurt é inquestionável. Não sei por que gastaram dinheiro enviando a equipe pra cá se não iam mostrar... minha esperança é que passe no MGTV.
Mesmo se não for veiculada em nenhuma emissora, essa história ainda vai ser relembrada por muitos anos aqui dentro de Formiga. Vou tentar fazer uma matéria sobre o fato aqui na revista ‘a par’, mas com um chefe nacionalista e tantas lojas para serem biografadas... acho que vai ser impossível.
OS: O áudio da missa pode ser encontrado no Blog da Lívia.