sábado, 17 de setembro de 2011

#13 - Traição Desumana

Traição desumana

Era uma história de amor, de aventura e de magia. Até chegar uma dura e cruel traição. Tudo começou em meados dos anos 2000, quando João Roberto se apaixonou por Nevassa. Foram longas e tortuosas horas de cartas trocadas, cantadas baratas no MSN, bolos em encontros, encontros sem resultado, conversas com as amigas dela, implorando por ajuda, até que um dia ele consequiu conquistar o coração da donzela, por meio da insistencia banal.
Só que este foi o primeiro passo para o precipício. Aquele espelho subjetivo dos corações apaixonados é facilmente destroçado em migalhas quando começa a terrível palavra “convivência”. Mas plagiando Bob Marley “Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas”, agora já não tinha mais volta: João Roberto havia feito Nevassa se apaixonar por ele, e agora livrar-se dela seria uma tarefa dura e árdua.
Sem saber o que fazer, restavam as brigas. Briga de manhã, tarde, noite e às vezes durante o café da manhã, almoço e janta também. Mas vira a mexe a situação se invertia e João Roberto queria voltar, era um caos que nem o programa da Márcia conseguiria consertar.
Em um dos términos, João Roberto recebe a notícia de uma amiga: “Você viu, a Nevassa ta namorando!” Aquilo doeu. Mesmo com todas as brigas, ele nunca pensou que um dia, do nada, ela iria seguir adiante e esquecer o relacionamento deles, ficando com outra pessoa. “Só pode ser mentira, defendeu-se. Ela está espalhando isso só pra me passar ciumes”, foi a defesa de João Roberto.
“Não! Já até mudou o status dela no Orkut”. Agora a coisa ficou séria! Orkut vale mais que aliança no dedo e nome registrado no livro do padre. “Deve ser só pra me passar ciumes, até eu posso ir lá e colocar namorando no orkut pra causar polêmica” retrucou o cara com dor de cotovelo.
“Tem foto do cara lá”, continuava a amiga.
“Deve ser um amigo viadinho. Chamou ele pra causar ciumes”. Continuava firme e forte João na fase de negação.
“Mas eles estão beijando na foto!”
Agora o mundo caiu. Ligou o computador e foi correndo pra internet vasculhar o orkut de Nevassa. Clicando em seu perfil, a primeira coisa que viu foi a foto dela beijando um homem branco, camisa com gola azul. Não mostrava os olhos do rapaz, apenas as duas bocas, na mais perfeita união.
Pensou em ligar para xingá-la, mas ela não devia satisfação. Fora João Roberto mesmo quem terminara. Agora não sabia o que fazer e o ciume corroia seu corpo. Olhou mais uma vez a foto, na tentativa de descobrir quem era o outro, que era melhor do que ele para ser escolhido como novo dono do coração de Nevassa.
Em todas as fotos, o cara estava apático. Até que notou em uma foto em que os dois estavam abraçados, que os dedos do cara eram todos colados. Ele tinha um amigo que tinha dois dedos colados, mas os quatro? Ae era demais. Lembrou-se que a mãe de Nevassa tinha uma loja de roupas... foi tiro e queda! Arriscou o palpite de que aquilo não era um ser humano porcaria nenhuma e sim um MANEQUIM!
Na hora ele ligou pra Devassa e já foi logo atacando “Que história é essa de você me trair com um manequim?”. Ela disparou a rir e João Roberto não sabia se ria da burrice da menina ou se ficava com raiva da hora que ela fez com a cara dele.
Depois disso, ela continuou alegando que o Manequim era o parceiro ideal, pois estava sempre duro, jovem, não dava palpites em nada, ouvia ela o dia inteiro, estava sempre bem vestido, não peidava, não arrotava, não mijava sem abaixar a tampa do vaso, não fazia ela buscar cerveja na geladeira...
Com tantos argumentos, João Roberto até se sentiu feliz por sido trocado por um homem dezenas vezes mais perfeito que ele. E assim terminou uma breve história de amor.