quarta-feira, 9 de novembro de 2011

#15 Um professor em siladas

*Esta história tem um conteúdo pornográfico imenso. Se você é menor de 18 anos de idade não leia esta postagem. Entre no site www.turmadamonica.com.br que lá é o seu lugar. Eu já não posso mais falar bobagem no facebook pq tem alunos e mãe de alunos me seguindo, então meu blog é o único lugar que eu posso xingar a vontade, não me tirem esse direito!
**É tudo ficção, já cansei de falar isso. Qualquer semelhança com nomes e personagens é mera coincidência.

Um professor em siladas

Ser professor não é para qualquer um. Ainda mais quando se tem seus vinte e poucos anos, recém formado, e é chamado para dar aula no Ensino Médio, onde os alunos diferem-se da sua idade por no máximo uns três ou quatro anos.
Aula vai e aula vem, tem sempre um demônio em cada sala. Mas havia uma sala em que o Rei dos Demônios habitava nela. Seu nome... era Capeta.
Primeiro dia de aula, chega o professor Lord Gago para lecionar numa turma nova de primeiro ano, na escola MonoCovarde. A turma parecia ser boa e interessada, mas até que um estudante alto, jeito molengo, entra com ar de realeza na sala, passando pelo professor sem falar nada, sentando-se na mesa, cruzando as pernas e com a voz mais ironica do mundo diz:
- Boa noite professor! Não vai me cumprimentar não? Prazer, meu nome é Capeta! Você é meio novo para dar aula não acha não?
Depois deste primeiro contato, já havia ficado bem claro para Lord Gago que aquele aluno significaria problema. Todo dia era uma piada nova: Capeta adorava narrar suas viagens, casos dos colegas de sala, as fofocas do recreio, imitar os professores, dentre outras peculiaridades. Uma coisa ninguém podia negar: o cara era um talento nato, melhor que todos os atores de Malhação e “humoristas” do Zorra Total juntos. Certo dia, na Semana Santa, uma estátua de uma santa iria visitar a escola e haveria uma novena no recinto. Lord Gago entra na sala e se depara com Capeta segurando uma vela vermelha:
- Professor, olha a minha vela.
Lord Gago, que já julgava ter intimidade com o aluno, resolveu dar trela:
- Guarda isso aí menino, vão achar que você é macumbeiro.
Nisso Capeta já bate na mesa e grita:
- Ahhhhh, então quer dizer que o preto é macumbeiro! Se fossem as menininhas branquinhas aqui com uma vela todo mundo estaria dizendo: “Nossa gente, olha lá que gracinha, tão devota essa menina!” – mas o preto não, o preto com vela é macumbeiro! O branco veste roupa branca “nossa gente, ele é doutor!” eu saio de branco na rua sou pai de santo...
Nisso ele criava um monólogo e a turma passava mal de rir e até Lord Gago caia na rede dele. Era talento demais para um aluno, se não pode contra ele, junte-se a ele, como já dizia Caio Fernando de Abreu.
Mas havia casos em que não dava para deixar Capeta fazer o que quisesse na sala de aula, pois suas gracinhas superavam alguns limites como no dia em que ele chegou na sala já cantando o ABC da Putaria: A de anal, B de buceta, C de caralho, D de deixa eu te comer, E de .... . Sem contar quando ele inventava crises epiléticas, botando meio palmo de língua pra fora, sacudindo a cabeça e babando por todos os lados. A cena era nojenta e causava vômitos. Depois de limpar o cuspe com a mão, ele ainda fazia questão de esfregar a mão lambuzada de cuspe no braço de um colega.
A máxima do Capeta foi quando um dia no meio da aula, ele gritou “Ai professor, gozei! Foi mal, não deu pra segurar, gozei!” Nisso Lord Gago olha para o menino com cara de espanto e ve que ele estava com um líquido branco escorrendo entre as mãos e no rumo da sua área pélvica. Assustado, o professor já começa a xingar:
- Que quê você fez criatura? Cade o respeito? Tem meninas na sala! Manera nesse seu vocabulário se não vou te mandar pra diretoria....
Nisso Capeta dá uma risada falsa e irônica e complementa:
- GOZEI COM A SUA CARA! Eu derramei cola no meu colo e você que tá pensando em bobagem!
Sala de aula 12.458 X 0 Lord Gago. Este foi o placar do duelo. Não tinha como enfrentar... o cara era um líder nato! Até o professor iria querer ser da sala dele para poder ficar rindo das gracinhas.
Quando Capeta faltava, a sala inteira ficava olhando pela janela, na esperança dele chegar correndo, dançando, pulando e interromper a aula. Sempre alguém puxava um flashback: “e no dia em que o Capeta dançou forró com a diretora?” “e no dia em que ele fez um teatro e ele era o personagem tal”... e assim proseguiam as lembranças, sempre seguidas de risos.
Mas um dia foi demais para Lord Gago. Estava este tentando ensinar pronomes reflexivos e o Capeta não calava a boca nem um minuto sequer e a sala nem notava a existencia de um professor parado ali na frente. O professor, então, apelou com ele e falou:
- Vocês vão ter que escolher, ou olham pra mim ou prestam atenção nas gracinhas do Capeta. Não consigo disputar com ele, esta é a matéria da prova de segunda e vocês não sabem ainda. Então escolham, não dou aula com vocês olhando pro Capeta.
A sala, ameaçada com a ameaça, focou-se no professor. Capeta, sem graça, ficou um tempo calado, até resolver conversar com seu reflexo no espelho, interpretando dois personagens:
- E aí cara, você vem sempre aqui?
- Sim e você?
- Sempre! Está gostando desta aula?
- Sim, mas o professor pegou no meu pé, e você?
- Eu já estudei isso na minha escola, é fácil esta matéria.
Lord Gago apelou com aquilo e mandou que Capeta desaparecesse da sua frente e fosse pra diretoria. Capeta pediu desculpas e prometeu comportar, mas enquanto o mestre escrevia no quadro, o aluno se levantou, estufou o peito e disse:
- Quer saber professor, eu vou sair! Não quero ficar mais nesta aula, cansei! - E Capeta sai trinfante pela sala de aula, até chegar na porta e complementar – tenho nojo desta sala de gente mesquinha e insignificante que não me compreende.
Para selar suas palavras, Capeta cospe no chão da sala e sai correndo, pulando o muro da escola em seguida. Lord Gago ficou sem palavras, demorando um pouco pra acreditar no que ele vira. Chamou a supervisora na sala e esta prometeu que puniria o aluno e que faria com que ele me pedisse desculpas.
Mas Capeta não voltou pra sala de aula... ele já sabia que começaria a trabalhar e mudaria de turno, por isso fechou o seu último dia na sala tatuando para sempre uma despedida na memória de seus colegas de classe. Lord Gago ainda tem vontade de um dia encontrar o Capeta na rua, para uma conversa casual sem o vínculo de professor/aluno. Com certeza ele vai rir pela primeira vez em liberdade.

* Eu sei que cilada é com C, há um trocadilho no título do texto que só quem fraga fraga

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