quinta-feira, 18 de agosto de 2011

#11 Vampiragem

Esta história teria mais graça se fossem dois amigos tentanto trollar um ao outro, mas não foi. Tudo começou em uma noite de lua cheia, quando Jacó resolveu sair pra beber com os amigos. Jacó era pobre, não tinha condições de se embriagar nos conformes, então ele e sua gangue fizeram uma vaquinha para comprarem um vinho chapinha de cinco litros para se distrairem. Jacó ficou sentado na Praça esperando os drinks chegarem enquanto alguns amigos iam no carro de Edward até o buteco mais próximo comprar o veneno.
Enquanto Edward não voltava, a praça ia se completando com pessoas de todas as vibes, afins de um papo cabeça e de um calor humano. Uma destas pessoas era Blade, um garoto descolado e com um nível financeiro um pouco maior que os demais. Ele estava bebendo um vinho de marca boa com seus camaradas, até o momento que Eduardo volta com seus amigos e com as bebidas em uma sacola. Jacó, sedento por alcool, levanta correndo e sem perceber dá uma bicuda na garrafa de vinho de Blade, estraçalhando-a em mil e vinte seis pedaços. O garoto ficou bastante sem graça e não sabia o que fazer. O correto seria se oferecer para pagar outra garrafa de vinho, mas justo daquele vinho? Não podia ser um "genérico"? Sem saber o que falar, seus pensamentos foram aliviados quando Blade falou:
- Sem problemas, eu compro outro.
Aquele gesto de caridade fez com que Jacó ficasse profundamente agradecido e prometeu pra si mesmo que um dia, em uma ocasião especial, daria um bom vinho à Blade.
Eduardo, irritado com a burrice de Jacó começou a desferir ofensas de todos os calões para o amigo:
- Seu Jacu, mocorrongo, retardado, você deveria ser proibido de sair de casa, olha o que você faz, seu energumero - enquanto xingava, ele ia catando os cacos de vidro para que ninguém se ferisse com os estilhaços - sua mãe não te ensinou a olhar pra frente não? A bebida não ia sair do lugar o seu desgraçado, olha pra frente... ai desgraça!
A pregação foi interrompida com o leve som do vidro rasgando a pele da mão de Eduardo. O amigo havia acabado de se cortar com os cacos de vidro e sua mão jorrava sangue.
Jacó fez um idem ibidem de tudo que foi dito por Eduardo e o mesmo saiu pra beber seu vinho chapinha em outro lugar.
Conversa vai, conversa vem, a noite foi se aprofundando até que Eduardo decidiu ir pra casa.
Ele se despediu de todos, pegando na mão de cada um e foi embora.
Jacó já estava no seu sexto copo de vinho e decidiu servir mais um. Seus sentidos já o traiam e quando ele viu sua mão estava suja. Para não desperdiçar uma miligrama de vinho, lambeu todo líquido vermelho carmesin que escorria pela palma da mão e só depois de digerir que ele notou que aquilo não era vinho, e sim SANGUE.
Depois deste dia, Jacó tornou-se um vampiro que odiava sangue e seguiu sua vida, com muito medo de ser soropositivo e não saber.
Fim

Nenhum comentário: