quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Rocha Larrisa

Título alternativo: já se foi o Tênis Voador. Eu gosto muito de traduzir textos pois cada dia que passa enfrento um desafio novo que me faz pensar bastante como questões linguísticas estão inteiramente ligadas com dilemas culturais. Adoro o fato de em inglês não termos uma palavra específica para "saudade" e somente o termo "senti a sua falta". Dá na mesma, mas é legal analisar. Acho interessante também o fato da cultura americana não usar o termo "ganhar dinheiro" e sim "fazer dinheiro (make money)". É diferente você parar para pensar que você ganha aquilo que você produz/faz. No Brasil o povo acostumou tanto com a cultura esmola que a coisa está feia. Dentre algum destes exemplos o que eu acho mais interessante é o "15 minutos de fama". Para o que nós brasileiros chamamos de "fama" para eles é vergonha (Fifteen minutes of shame). Pra mim esta segunda opção está fazendo bem mais sentido ultimamente. Eu, um garotão pai de familía e formador de opinião, não consigo passar um mês sem dar a minha contribuição para o mural da vergonha. E o pior é que eu gosto demais disso. Ter uns bons casos para contar é o máximo e eu já cansei de ficar retraído e não fazer o que eu tenho vontade. Eu sou duas pessoas diferentes. O Wálisson que fica na sala de aula não é o mesmo Lalinho que você encontrará pelas festas e becos da cidade. Se um dia eu tiver que eliminar um dos dois, o Wàlisson dança. "Uma hora você tem que criar juízo". É claro que eu vou criar juízo sim. Mas enquanto estas coisas me fizerem feliz vou continuar me aventurando loucamente nelas. Não sei porque nós temos que praticar o desapego ou eliminar aquilo que nos faz bem. A vida já é curta demais e não vale a pena ficar vivendo interpretando um personagem que você não é. Sábado passado eu tive a chance de dar uma festinha aqui em casa. Fazia tempo que eu queria receber meus amigos aqui. Não deu pra vir muita gente, mas havia um pessoal bem bacana. Achei legal o fato de duas ex-alunas virem pra minha casa. Devo ser um professor legal. Eu nunca iria numa festa na casa de algum dos meus antigos professores. Após a festa, com o sangue um pouco etílico, resolvemos ir pra Death curtir o show da banda Rocha Larissa. Tudo estava bom e tal, até o momento que um tênis voa no palco e interrompe o show. Aí eis que o vocalista grita "que chulé! Quem foi que tacou esse tênis aqui". Ae eu olhoi para o meu pé e ví que eu estava descalço. Na hora fui correndo buscar meu tênis e 26 segundos depois o segurança já me cata e me barra do baile. Eu estava ficando irritado, pois eles não queriam ouvir minha justificativa (de que eu não sabia como o tênis saiu do meu pé e foi parar no palco), mas quando as portas foram fechadas eu encontro o Giba lá fora, que havia sido acusado de dar uma cortada em um tênis voador e que foi parar em cima do palco. Não teve como não rir. A raiva sumiu rapidamente. Basta uma desgraça maior que a sua pra transformar a triteza em alegria. O episódio rendeu boa prosa, alguns pés na bunda e virará um conto no futuro. Ir pro Sartén nos sábados é outra coisa que eu estou gostando muito. Ter um novo point pra galera reunir sempre, sem precisar chamar é ótimo. Só de saber que não ficarei em casa em pleno sábado é bom demais! No domingo pra finalizar ainda tivemos uma roça do pessoal do Rotary. Sei lá, apesar deles serem todos mais velhos e tal, eu me sinto em casa com eles. Acho o pessoal engraçado e ver eles zoando um aos outros, bebendo sem receio e conversar com gente adulta faz bem demais. Comi igual uma leitoa em véspera de natal, nadei muito, ri muito, e voltei morto pra casa pra dormir e finalizar o final de semana. Mas eis que o telefone toca, 18 horas, chamando para uma tuada no Pompei. I-rrec-u-s-ave-l. Sem vergonha na cara, fui pra lá e tava muito bacana os ensaios pros Jams do fim do mundo. Agora estou na última semana de aula. É muita batalha! Lembrancinhas de formatura, cerimônias, fechar notas, diários, conselho de classe, arruma ornamentação, desmonta tudo, monta denovo, mãe ligando desesperada por aula particular porque esqueceu de acompanhar o filho durante todo o ano e agora quer $uprir e$te de$ca$o com a educação do seu bebêzinho queridinho, e por aí vai. Olhando pra trás eu vejo o quanto eu estressei neste ano viu. Brinquei de Ícaro e tentei alcançar mais do que eu conseguia, acabei pecando em muitos pontos por causa do cansaço. Ano que vem quero sossegar a piriguita e ficar mais quietinho. Dinheiro não é tudo neste mundo, concluí isso em 2012. Voltei a treinar bateria! Tadinha, ela tava toda triste e abandonada. Meu prato de chimbal já havia virado uma espécie de cabide para minhas roupas sujas. Não vejo a hora de ficar craque e poder baixar as músicas "yukiless version" do L'arc~en~ciel (versões sem bateria) e tentar tocar. Vai ser show! Nestas férias quero/preciso tirar carteira. Preciso também fazer atividades físicas, mas isso é muito difícil pra quem é pobre e não é sócio de nenhum clube. Vou ter que dar o meu jeito. Andar de carro é bom demais. Já falei isso aqui antes e quero reforçar. Só que ontem eu dei uma barbeiragem tão grande que morri de vergonha. Achei que o carro estava de primeira e ele estava na marcha ré, quase bati no carro que estava atrás de mim. Bom pra eu aprender e ficar mais atento. Meldels! Faltam só 28 horas para as férias, acho que vou morrer de tanta alegria. Ontem eu vi o show 12.12.12, o Criança Esperança para as vítimas do furação Sandy. Foi muito legal ver o Eddie Vedder cantando com o Roger Waters e o Dave Ghrol tocando bateria com o Paul McCartney. Explosão de sentimentos! Meu livro deve ficar pronto em 2013. Ainda não sei o título e não sei o nome dos protagonistas. Acho muito difícil dar nome pra personagens. Tenso isso viu. Pior que o livro é em primeira pessoa e o povo vai ficar achando que é sobre minha vida... mas vou escrever. O primeiro capítulo deve ser publicado neste blog em breve. Depois da noite de hoje vou fazer um post sobre como é ser paraninfo. Ainda não sei como é, vou ver hoje a noite e amanhã conto. Bye Bye! PS: Não me chamem pra beber durante os dias de semana nas férias que eu não vou aceitar.

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